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SEMINÁRIO A ESCOLA E O SISTEMA DE JUSTIÇA REÚNE LIDERANÇAS DA REDE MARISTA

Mais de 80 lideranças da Rede Marista e convidados externos participaram da oitava edição do evento

Mais de 80 lideranças da Rede Marista e convidados externos participaram da oitava edição do Seminário A Escola e o Sistema de Justiça. Organizado pela Assessoria de Proteção à Criança e ao Adolescente e pelo Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, o evento ocorreu em modelo híbrido e teve como tema A frustração no espaço educativo: como lidar com situações adversas.

Com transmissão do Auditório PUCRS 360º (Prédio 15 da Universidade), o Seminário trouxe para a pauta movimentos relacionados a questões emocionais que ocorrem na educação básica, alguns deles com repercussão no sistema de justiça. Três palestrantes foram os responsáveis por contextualizar o momento em que vivemos, especialmente dentro dos nossos espaços educativos.

Quem abriu a mesa, mediada pela Dra. Maria Regina Fay de Azambuja (PUCRS), foi o psiquiatra Lucas Spanemberg (PUCRS), doutor em Psiquiatria e Ciências do Comportamento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em sua fala, ele trouxe dados sobre transtornos mentais – de ansiedade a doenças mais profundas, como depressão e esquizofrenia –, que chamam a atenção especialmente pela onda crescente pós-pandemia.

Frente a isso, ele citou, entre outras referências, o livro Antifrágil, de Nassim Nicholas Taleb. “Hoje, já não é mais suficiente ser resiliente. Ser antifrágil é um caminho para que a gente possa prosperar nesse mundo cada vez mais incerto e complexo”.

A segunda palestrante a se apresentar foi a psiquiatra Juliana Tainski de Azevedo, professora da PUCRS e mestre em Medicina e Ciências da Saúde pela mesma Universidade. “Por que eu devo enfrentar as minhas emoções? Porque eu tenho um propósito, porque faz sentido para mim”. Ela reforçou que é preciso sempre incentivar que crianças, adolescentes e jovens possam se fazer essa pergunta quando estiverem diante de uma situação desafiadora. “Precisamos sempre nos perguntar qual é o sentido de cada coisa, porque, quando tem sentido, a gente enfrenta, mesmo sentindo medo”, reforça Juliana.

A terceira palestrante do Seminário ficou com a responsabilidade de falar sobre como potencializar a autoestima e a resiliência na prática pedagógica. Doutora pela UFRGS e pós-doutora pela Goldsmiths College (Londres), a psicóloga Adriane Xavier Arteche (PUCRS) trouxe para a pauta atividades e exercícios práticos para o dia a dia em sala de aula, da Educação Infantil ao Ensino Médio. “Todos nós temos fortalezas e pontos a desenvolver. É assim que eu falo com os meus pacientes, fica muito melhor que falar defeitos ou pontos a melhorar”, exemplifica.

A psicóloga também elencou três passos que todos nós, educadores, pais, responsáveis parentais ou não, podemos adotar ao estar diante de uma situação de crise com uma criança ou adolescente. Primeiro: verbalizar que está percebendo que aquela é uma situação difícil para a criança. Segundo: dizer que está ali para ajudar. E terceiro: perguntar como pode ajudar.

Após o diálogo com os três palestrantes, educadores e educandos do Centro Social Marista Ir. Antônio Bortolini e do Colégio Marista Assunção apresentaram boas práticas relacionadas à temática do evento. Os coordenadores de Pastoral Kassius Kirsten (Marista Assunção) e Carlos Alexandre de Almeida (Marista Bortolini) e as adolescentes do Marista Assunção Manoela Hansen e Aisha Martins falaram sobre experiências positivas que vivenciaram dentro dos espaços educativos que os fizeram crescer e aprender a lidar com situações adversas.

Por meio da música, do grupo de jovens e de outras iniciativas, o testemunho se deu no sentido de mostrar que o espaço educativo é ponte de aprendizado e fortalecimento emocional. “Muitos colegas meus que não são da PJM, por exemplo, me procuram para conversar, desabafar, quando não estão muito bem”, comenta Manoela. “Na PJM, podemos ser tudo o que a gente quer ser”, reforça Aisha. “Ser referência para as crianças, assim como o Ir. Miguel foi para mim, é muito gratificante. As pessoas me perguntam como eu tenho tanta paciência para lidar com as situações na unidade”, comenta Carlos Alexandre, que também é ex-educando do Marista Bortolini.

Ir. Donavan Machado, membro da equipe do Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, fez o encerramento do evento reforçando valores que fazem a diferença em nosso mundo, citando Paulo Freire. “Empatia, compaixão e comunhão. Então, dessa maneira, não existe um detentor do ato de educar, como tão pouco ninguém se educa a si mesmo. As pessoas se educam em comunhão, entre si e com o mundo”. Ele agradeceu a todos e todas que dedicam a sua vida e profissão em prol da educação, promoção e proteção das crianças e adolescentes.