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Educação Digital: o caminho para a prevenção dos cyber riscos

As crianças e os adolescentes estão expostos a uma hiperconexão que os torna, também, hipervulneráveis. Diante dessa realidade, faz-se necessário questionar: o que podemos fazer para proteger as crianças e os adolescentes no meio digital e por onde começar? A resposta para esse questionamento é simples, porém exige um trabalho continuado. Para proteger crianças e adolescentes no meio digital é preciso investir fortemente na Educação Digital como forma de prevenção aos cyber riscos. O melhor local para que tenha início e se desenvolva esse processo é, precisamente, na escola.

Compreendemos por cyber riscos toda a forma de perigo que crianças e adolescentes estão expostos no meio digital, tais como – e em primeiro lugar – o cyberbullying, seguido da exposição da sua imagem sem consentimento, vazamento de dados pessoais, fake news, acesso a conteúdos inapropriados, dentre outros. Levando em consideração que tanto os pais e responsáveis quanto os educadores não são onipresentes, a forma mais eficaz de enfrentar essa problemática é investindo na Educação Digital para promover a cidadania digital e a cultura de paz, construída na escola e que se estende às redes sociais.

A Educação Digital tem por base a capacitação para o comportamento digital adequado, que diz respeito ao uso seguro, consciente e responsável da Internet, mas também está relacionada a saber se defender e saber fazer valer os seus direitos no ambiente digital. Trabalhar pela Educação Digital nas escolas permite que crianças e adolescentes desenvolvam um pensamento crítico sobre a utilização da Internet, tornando-os conscientes para que possam realizar com autonomia as próprias escolhas.

Nesse processo preventivo, é importante esclarecer sobre os perigos que a Internet pode oferecer (cyber riscos), assim como, e para além disso, fazer um trabalho que estimule a aceitação das diferenças e que informe sobre a diversidade cultural, étnica, religiosa e de gênero, uma vez que, quanto mais informações as crianças e os adolescentes obtiverem, mais consolidada ficará a ideia de respeito às diferenças.

Se o trabalho preventivo tem a escola como o local mais apropriado para ser realizado, não é apenas nela que deverá se desenvolver. A participação da rede de pais e responsáveis nesse processo é essencial para que se estabeleça um trabalho continuado e em plena harmonia com as atividades escolares.

Empreender atos de prevenção é trabalhar para impedir que o dano aconteça, evitando-se o posterior encargo de administrar os impactos emocionais negativos já causados.


Gabriela Cruz Amato Teixeira
Doutora, mestre e especialista em Direito (PUCRS). Capacitação realizada na Alemanha (Universität Hamburg). Membro da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB/RS.