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A importância do cuidado com a saúde mental de educadores

Em tempos complexos de contínua adaptação, a Escola e os educadores têm sido ligados, com frequência, ao tema da saúde mental. Esta parece ser umas das instituições mais exigidas em torno disto nos últimos tempos. Antes mesmo do isolamento social e das aulas on line, educadores já relatavam preocupações com o tema. As experiências docentes têm sido envolvidas na prevenção ou desafiadas com as consequências de problemas ligados à saúde mental

O educador, além de lidar com suas próprias questões, também se compromete com as histórias de vida de cada um de seus estudantes. Ao empenhar-se em auxiliar na promoção da aprendizagem, sabe que já não tem apenas o desempenho acadêmico como foco de atuação. O desenvolvimento emocional, relacional e espiritual são, igualmente, elementos de sua prática, especialmente quando os projetos educativos se comprometem com a educação integral.

Neste processo, é ele, o educador, um ser humano com ideias, sonhos, frustrações, sentimentos e visões sobre si mesmo e o mundo. Estes elementos constituem as bases de saúde mental se formos ligá-la a aspectos de satisfação e autopercepção de evolução ao longo do tempo. O bem-estar, segundo a Psicologia Positiva (Seligman, 2012), é um atributo, que vai além de sentir-se bem ou mal, visto que satisfação e bem-estar são experenciadas quando os caminhos correspondem aos valores significativos e se os relacionamentos são positivos e agregadores pelas experiências vividas.

Os educadores, profissionais ligados aos aspectos humanos, deparam-se com desafios nos relacionamentos, comprometendo-se com experiências e oportunidades que agreguem às histórias de seus estudantes. Porém, nem sempre tais aspectos são constituídos de forma saudável ou favorável ao desenvolvimento contínuo dos sujeitos com os quais se comprometem.

Com isto, na jornada como educador, é muito importante que a sua saúde mental tenha atenção por parte de gestores e de instituições que os acompanham. Para promover processos complexos de desenvolvimento necessitarão de espaço de escuta às suas questões e a promoção de seu bem-estar, além do desenvolvimento de habilidades que lhes possibilitem dar atenção às questões daqueles com quem entrarão em contato, as crianças e os jovens. Para bem cuidar, primeiro é necessário ser cuidado e aprender a cuidar de seu eu. Este se configura um ciclo contínuo de atenção, o qual os espaços educativos necessitam estar atentos.


LUCIANA W. CORRÊA

Psicóloga, Mestre em Educação pela PUCRS, Vice-Diretora Educacional Colégio Marista João Paulo II, Brasília/DF


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REFERÊNCIA:

SELIGMAN, M. E. P. Florescer - uma nova e visionária interpretação da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.