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A EXPERIÊNCIA DO DEPOIMENTO ESPECIAL A PARTIR DA PERSPECTIVA DE MENINAS ADOLESCENTES VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL

Políticas públicas têm sido desenvolvidas para assistir as crianças e os adolescentes testemunhas ou vítimas de diferentes tipos de abusos. Dentre elas, a Lei da Escuta Protegida implantou no Brasil o depoimento especial (DE), que é um modo acolhedor de ouvir as vítimas em audiência e que visa proteger contra revitimizações.

O artigo aqui disponivel é o resultado da pesquisa qualitativa exploratória-descritiva desenvolvida pelas pesquisadoras Michele da Silva Ramos e Clarissa De Antoni com o objetivo de conhecer como meninas adolescentes vítimas de abuso sexual, que passaram por acolhida em saúde mental compreenderam a sua experiência de serem ouvidas pelo DE.

Participaram do estudo sete meninas adolescentes de 12 a 17 anos. Utilizou-se entrevistas e informações dos prontuários clínicos para coleta dos dados. Realizou-se análise temática dos achados e se obteve como resultados dois temas: experiência com o DE e #ficaadica.

A apreciação dos dados identificou que as meninas tinham expectativas negativas quanto ao DE e sentiam ansiedade, medo e tristeza antes dele ocorrer. Após ao início da audiência, elas ficam mais tranquilas e ao final, sentiram-se aliviadas. Apesar do desconforto, consideram importante ter esse espaço de fala, inclusive incentivam que outras adolescentes participem do DE. Por fim, indicam que não é necessário mudar como é organizado o DE.

Compreende-se, portanto, que o atendimento dos técnicos especializados e a organização da sala de audiência estão relacionadas com o processo de alívio da ansiedade das participantes ao longo do DE, visto que disponibilizam um espaço de escuta com respeito, conforto e gentileza.

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